Ensaio sobre tudo e nada

...composições literárias breves, sobre diversos temas ou assuntos, geralmente em prosa, de carácter analítico, especulativo ou interpretativo... ou nada disto...

14.1.08

O sonho de Cassandra

ensaiado por Bri |

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Warning: May contain spoilers

Um mecânico (Colin Farrell) viciado em álcool, em comprimidos e no jogo!

O irmão “promissor” (Ewan McGregor), apaixonado por uma jovem actriz de teatro, que fingia ser aquilo que não era, um abastado investidor imobiliário.

Problemas financeiros.

O tio novo rico que sempre fez grandes favores económicos à família sem nunca pedir retribuições… Até o dia…

A solução para os problemas dos três assenta numa acção, digamos, nada moral e menos ainda legal.

A consciência…

E pronto… Basicamente é isto que nos conta o Woody Allen neste Sonho de Cassandra…

As piadas não tem grande piada apesar de nos fazerem rir um pouco [não tanto como ria o casal atrás de mim]. Pareceu-me até que a figura de Collin Farel está até um pouco ridicularizada demais e anda ali algures entre o cómico e o patético! Parece-me até que desvirtua um pouco o papel que a personagem podia ter tido no filme.

Não se cria nenhuma relação com as personagens, não deixam nenhuma marca e a sua caracterização anda sempre em volta dos pontos atrás.

O cerne da questão, a solução para o problema dos três e a consciência, é tocado muito ao de leve, anda ali meio embebida no álcool e nos comprimidos, nos comprimidos e no álcool e entretanto… O filme já acabou…

O final surpreende um pouco mas é de longe um final original assim como o filme.

Em busca dos pontos positivos… Bom, eu gosto de filmes com “pessoas com que nos cruzamos todos os dias”… E aqui as personagens são simplesmente essas pessoas. Não há grandes vilões [ou se os há não são eles que mais nos prendem a atenção] e não há também “anjos à face da terra”. Há pessoas que, como qualquer pessoa, sujeitas a pressões e cujas acções, boas ou más :) acontecem na sequência dessas pressões. E pouco mais há que isso...

Valeu-lhe um 6.
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2 ensaios:

Tiago Fragata disse...

Concordo contigo em parte, como já sabes...Não acho um filme mau (como tantos escreveram), é um filme razoável/bom. As personagens têm profundidade, e deixam a sua marca ao contrário do que dizes. São personagens cuja percepção da sua personalidade o espectador só vai tendo ao longo do filme.
Dizes que as piadas não têm piada, e com razão porque não são piadas nem é suposto serem.O casal que estava atrás de nós eram simplemente duas pessoas que tinham ido a 1ºvez ao cinema!
Trata-se de um argumento que peca pela semelhanças com o Match Point e o Crimes e Escapedas, mas que não deixa de ser um bom argumento.
Concluindo, é um filme de Woody Allen ponto! Que venham mais!

Anónimo disse...

Eu gostei do filme.
Pensar até onde somos capazes de ir para conseguir o queremos... Matarias? Que valores manterias como inquebráveis? Prevaleceriam os valores sobre o desespero? Ou nem sequer pensaríamos nisso e, só na hora h é que vemos do que somos capazes…
Eu, por exemplo, este nico de gente, já fui atrás de um drogado arrancar-lhe da mão a mala que ele me havia roubado...Lá eu imaginava que era capaz...

dudu