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A estratégia usada por Nelson Mandela para criar a união e o espírito de país na população branca e negra da República África do Sul depois da sua eleição como presidente. A forma como usou o rugbi, por tradição um desporto de brancos, e a equipa nacional, como os inspirou e, com isso, inspirou o país!
Um pouco de Nelson Mandela, da sua abordagem à política, da sua abordagem às pessoas e da sua incrível capacidade de perdoar…
E um pouco de África do Sul, da sua pobreza e dos seus ódios raciais tão instalados…
Realizado por Clint Eastwood com Morgan Freeman no papel de sorridente Matiba e Matt Damon de capitão da equipa de rugbi.
Gostei bastante do filme… Sai-se da sala com uma boa sensação, como que a acreditar um bocadinho mais na humanidade.
A oscilar entre o 7 e o 8, mas o Morgan Freeman e alguns pormenores valeram-lhe o 8.
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Já há algum tempo que o livro que abro para ler é o primeiro volume de “Os nus e os mortos”, o primeiro romance de Norman Mailler.
Dizem que é o melhor e mais completo romance escrito sobre a II Guerra Mundial. Se é verdade ou não, não sei! É o primeiro que leio sobre esta temática mas estou a gostar bastante, apesar de o ritmo de leitura não estar tão intenso quanto eu gostaria.
É reveladora esta perspectiva de olhar a guerra pelo lado de dentro. É certo que temos essa oportunidade inúmeras vezes com alguns dos imensos filmes que há sobre o tema, mas é certo também que muitas vezes a leitura de um livro nos faz aproximar muito mais de uma realidade do que uma película. [o que foi feito da verdade “uma imagem vale mais que mil palavras”??!!]
Durante o primeiro quarto do livro [ponto aproximado em que me encontro] o narrador vai-nos apresentando um pelotão de reconhecimento do exército americano durante a invasão da ilha japonesa Anapopei.
Durante o primeiro quarto do livro conhecemos os elementos do pelotão, alguns dos oficiais, alguns dos seus temores, o que deixaram para trás, o que tem [ou não] à espera deles e o passado de alguns deles que os tornou nas pessoas que eles são! E há pessoas para todos os gostos: boas, cruéis, racistas, duras, honestas, falsas, corajosas, medrosas, sinceras, manipuladoras, inteligentes, diminuídas, classe alta, classe baixa, com ou sem formação, há-os de esquerda e os de direita enfim … Há pessoas.
Durante o primeiro quarto do livro apercebemo-nos que uma guerra é como que um pequeno mundo. Constroem-se "habitações" numa guerra, constroem-se estradas numa guerra, travam-se batalhas pessoais numa guerra, constroem-se amizades e criam-se inimigos numa guerra, perdem-se amigos numa guerra, há aqueles de quem gostamos e aqueles de quem não gostamos numa guerra, e há também aqueles que não gostam de ninguém.
E durante o primeiro quarto do livro percebemos que numa guerra, a sensação de que cada minuto pode ser o último é constante!
"General C. -...Quando tinha a sua idade, um pouco mais, o que me preocupava era saber o que é que faz com que uma nação lute bem.
Tenente H. - Imagino que será uma espécie de identidade entre as pessoas e o país, seja por razões boas ou más.
General C. - Isso é a teoria de um historiador liberal. Ficaria surpreendido com a pouca importância desse factor. (...) Há apenas dois elementos principais. Uma nação combate bem na proporção do n.º de homens e de material que possui. E a outra equação é que cada soldado é tanto mais eficiente quanto mais baixo for o seu anterior nível de vida. (...)
Tenente H. - Não me parece.
General C. - Mas acontece que é verdade (...)
Tenente H. - Então, o que tem a fazer é dar-lhes para baixo?
(...)
General C. - O xadrez é inesgotável. Que magnífica concentração de vida.
Tenente H. - Não acho. O que me intrigava acerca do xadrez e que acabou por se tornar aborrecido, é que não tem a mínima semelhança com nada nesta vida.
General C. - Então, que é que você pensa que a guerra é, na sua essência?
Tenente H. - Não sei. mas a guerra não é, com certeza, um xadrez. (...) é como um maldito jogo de futebol. Começa-se com um determinado esquema de jogo e nunca resulta exactamente como se esperava.
General C. - É mais complicado mas vai dar ao mesmo.
Tenente H. - Por amor de Deus, (...) Considere um esquadrão ou uma companhia de homens... que diabo sabe você do que se passa na cabeça deles? Às vezes, admiro-me como se atreve a enviá-los numa determinada missão, como assume essa responsabilidade. Isso nunca o põe doido?
General C. - (...) No Exército, a ideia de personalidade individual é apenas um estorvo. Claro que existem diferenças entre os homens que compõe uma determinada unidade, mas essas diferenças anulam-se invariavelmente umas às outras e o que resta é um valor médio.
(…)
Havia algo de pouco limpo ao ter uma conversa deste género, enquanto algures, lá na frente, podia estar um homem paralisado de medo dentro do seu buraco.”
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You're not an elephant man at all. You're a Romeo.
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É difícil acreditar que foi real e mais, que continua a sê-lo!!!
A história verídica de um homem deformado [deformado a tal ponto que isso lhe valeu a alcunha de Homem Elefante] contada por David Linch.
Verdadeiramente tocante a história de Joseph Merrick [no filme Jonh Merrick], um homem que viveu em Inglaterra, na segunda metade do sec. XIX , com uma doença que lhe provocou deformações em todo o corpo. Além das manifestações da doença em todo o corpo, a cabeça era de tal forma descomunal que garantiu a alcunha.
Depois da rejeição, da exploração, do medo e da repulsa dos demais, que o devem ter feito sofrer o que eu não imagino, acabou por encontrar nas mãos do Dr. Frederick Treves e no Hospital de Londres algum apoio médico e, mais que isso, alguma amizade.
Ali conseguiram encontrar o homem educado, e diga-se bem educado, e sensível que estava escondido por detrás de todas as deformações do corpo e que, como qualquer ser humano, precisa de carinho e atenção.
Filmada a preto e branco, a Londres da revolução industrial e o seu povo parece-nos sujo e injusto.
O filme conta com a participação de Anthony Hopkins [não me vou esquecer daquela primeira lágrima] no papel de Dr. Frederick Treves e, no texto, encontramos verdadeiras pérolas.
“If only I could find her, so she could see me with such lovely friends here now; perhaps she could love me as I am. I've tried so hard to be good.”
Nota 9!
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Na sua maioria os anúncios a produtos de higiene feminina são bastante maus, mas ainda há aqueles que foram bem pensados!!!
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É estranho tentar recomeçar depois deste tempo...
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