Ensaio sobre tudo e nada

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Deixou-nos como último legado literário “Caim”, obra alvo de muita discussão e de opiniões divergentes! Li-o, talvez mesmo por todo o alarido que foi criado à volta do mesmo… Apesar de não ter sido para mim, uma obra brilhante, entristece-me saber que não haverá outra!

Não sou uma conhecedora profunda da obra de José Saramago! Para além deste último, apenas li “O evangelho segundo Jesus Cristo” e “Ensaio sobre a Cegueira”, estas sim, duas obras que muito prazer me deram ler.

A vida de Cristo vista pelos olhos de Saramago… O humor refinado e a crítica frontal com que retrata a vida de um homem de que sempre conhecemos como sagrado, mas que Saramago nos apresenta como homem desde os mais elevados valores até às mais básicas necessidades.

Quando uma cegueira generalizada cai sobre a uma cidade, quando o mundo individual do ser se altera drasticamente, quando a realidade que aprendemos durante anos não nos permite as mesmas acções, o ser humano mostra traços que de outra forma seriam para sempre escondidos pela vida quotidiana, os mais nobres e os mais hediondos.

Alegra-me o reconhecimento nacional e internacional que teve e que lhe foi garantido ainda em vida!

…e alegra-me também ter tido a oportunidade de lhe pedir assinatura numa obra sua que ficou para mim…



Admiro o homem, o que alcançou, o caminho que traçou, a sua frontalidade, o seu amor pela sua companheira Pilar, e o pouco que conheço da sua obra.
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Sometimes we put up walls. Not to keep people out but to see who cares enough to knock them down.


[cortesia de um esquilinho perdido no meio do oceano :)]
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"And in the end, it's not the years in your life that count. It's the life in your years."

Abraham Lincoln

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Na passada terça-feira vimos, no Coliseu do Porto, o grande Nick Cave actuar. Nick Cave, uma personagem que, no meio de uma multidão, seria certamente difícil não reparar nele!!!

O palco do Coliseu encheu-se do carisma e personalidade daquela personagem que é… ele próprio.

Com os seus 50 anos (e pr’ai 60 kg :) ) tem uma vitalidade, um dinamismo, uma presença impressionante.

Os seus movimentos, a forma como se mexe e dança em palco mantém-nos com um sorriso nos lábios, excepto naquelas músicas mais especiais que nos levam às lágrimas, conforme pude constatar pelos espectadores mais perto de mim…

Comunicou impecavelmente: “this song is about…” ou “I’ll be doing that one latter” e mais… conseguiu gerar uma interacção com o público que cantou em coro sob o seu comando. Afinal ele comanda as tropas!!!! É sem dúvida brilhante!!!!

Os bad seeds que o acompanham, e os seus cerca de 1329 instrumentos, merecem também uma menção honrosa. Destaco o sr. Que podem ver no filme abaixo com um quadro em cima da cabeça, que me pareceu ser o homem dos 7 e qualquer coisa instrumentos…

Vejamos as personagens:



Voltando ao concerto…

Foi uma das poucas vezes em que consegui, além de ouvir, ver efectivamente ver o concerto… Além do palco via o coliseu… A perspectiva, na bancada, do espaço repleto, de cima a baixo, de pessoas vibrantes é simplesmente fantástica!

Tocaram vários temas de Dig, Lazaruz Dig!!! Assim como velhos clássicos… duas baterias, guitarras espalhadas pelo palco, pianos, baixos, flautas, pandeiretas e uma série de outros instrumentos que não consegui sequer reconhecer…

Das músicas, destaco os que mais me ficaram na memória, sem qualquer ligação com o alinhamento que tiveram:

Dig Lazaruz, dig!!!
Lie down here and bem my girl
Jesus of the moon
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We call upon the author (no final e sem dúvida digna de registo)
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I let love in
Stagger lee

Até à próxima Nick… e como diria o próprio… Obri-fucking-gado…
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"Adoro os prazeres simples. São o último refúgio das pessoas complicadas."

Oscar Wilde


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