Ensaio sobre tudo e nada

...composições literárias breves, sobre diversos temas ou assuntos, geralmente em prosa, de carácter analítico, especulativo ou interpretativo... ou nada disto...

20.12.07

Votos de um...

ensaiado por Bri |

.
FELIZ NATAL! :)











7.12.07

Jigsaw Falling Into Place

ensaiado por Bri |

.
Presentearam-nos este ano com um novo album In Rainbows.

Agora com o primeiro videoclip do album: "Jigsaw Falling Into Place".

Como é que eles se esqueceram de nos presentear com uma visita em cima do Palco?!?!



.

5.12.07

Purificado...

ensaiado por Bri |

.
“Que não pare, que esta chuva não pare, murmurava […] Do corpo, disse, como para corrigir o metafísico pensamento, depois acrescentou, É o mesmo. Então, como se só essa tivesse de ser a conclusão inevitável, a conciliação entre o que tinha dito e o que tinha pensado, despiu de golpe a bata molhada, e, nua, recebendo no corpo, umas vezes a carícia, outras vezes a vergastada da chuva, pôs-se a lavar as roupas, ao mesmo tempo que a si própria. […] Na porta da varanda tinham aparecido a rapariga dos óculos escuros e a mulher do primeiro cego […] Ajudem-me, disse a mulher do médico quando as viu, Como, se não vemos, perguntou a mulher do primeiro cego, Tirem a roupa que tem vestida, quanta menos tivermos de secar depois, melhor, Mas nós não vemos, repetiu a mulher do primeiro cego, Tanto faz, disse a rapariga dos óculos escuros, faremos o que pudermos, E eu acabarei depois, disse a mulher do médico, limparei o que ainda tiver ficado sujo, e agora ao trabalho, vamos, somos a única mulher com dois olhos e seis mãos que há no mundo. Talvez no prédio em frente, por detrás daquelas janelas fechadas, alguns cegos, homens, mulheres, acordados pela violência das bátegas constantes, com a testa apoiada nas frias vidraças, recobrindo com o bafo da respiração o embaciamento da noite, recordem o tempo em que, assim, tal como estão agora, viam cair a chuva do céu. Não podem imaginar que estão além três mulheres nuas, nuas como vieram ao mundo, parecem loucas, devem estar loucas, pessoas no seu perfeito juízo não se vão por a lavar numa varanda exposta aos reparos da vizinhança, menos ainda naquela figura, que importa que estejamos todos cegos, são coisas que não se devem fazer, meu Deus, como vai escorrendo a chuva por elas abaixo, como desce entre os seios, como se demora e perde na escuridão do púbis, como enfim alaga e rodeia as coxas, talvez tenhamos pensado mal delas injustamente, talvez não sejamos é capazes de ver o que de mais belo e glorioso aconteceu algumas vez na história da cidade, cai do chão da varanda uma toalha de espuma, quem me dera ir com ela, caindo interminavelmente, limpo, purificado, nu.”

In Ensaio sobre a cegueira, José Saramago

Desde que o blog foi baptizado que pensava colocar aqui uma passagem deste ensaio sem nunca me conseguir decidir por uma em específico.
Existem com certeza muitas outras, talvez até mais representativas do livro e da história, mas esta, tendo em conta tudo o que está para trás, tudo o que esta “sociedade”, e particularmente estas mulheres passaram, achei-a particularmente bela.

Aguardo por a ver no grande ecrã…
.

26.11.07

29

ensaiado por Bri |

.
29

E assim foi... Completou-se mais um ciclo. Desta vez o 29º!

E o que mudou?!

Naquele minuto ou segundo em que nascemos mudamos radicalmente a vida de tantas pessoas, a de duas principalmente, é certo.
Faz-me recordar o Control que vi recentemente e a reacção do Ian Curtis quando deixou de se ouvir o choro da mulher e se passou a ouvir o choro do bebé... Aquela expressão na cara dele que confundia a felicidade, que com certeza se sente, com o medo, o desconhecido, a dúvida... Bem, todas aquelas sensações/questões que só um cigarro ajuda a responder. “Preciso de um cigarro” disse ele, e lá foi [tentar] resolver essas questões que lhe deviam absorver o cérebro. Ele e o seu cigarro.

Bom, o meu choro ouviu-se logo pela manhãzinha, eram 9h15. E o mundo festejou... O meu mundo festejou...

E não tenho dúvidas nenhumas que a vida da minha mummy terá mudado substancialmente e foi mudando durante muitos anos... Senão vejamos [na minha cabeça de leiga em matéria de bebés :)]: passou a empurrar um carrinho com três kg e pouco pelos passeios cheios de neve, a acordar durante a noite para ver o que eu precisava, a ir trabalhar cheia de sono, a sorrir quando disse mamã e quando me aguentei das pernocas, e a sorrir muitas mais vezes sempre que eu dizia alguma coisa nova [parece que a estou a ver], a ralhar-me sempre que me portava mal, a sentar-me no colo e fazer-me festas na barriga sempre que ela me doía, a fazer-me um limão quentinho quando me doía a garganta ou a levar-me o almoço à cama quando estava doente, a sorrir sempre que passei de ano, a fazer figas por mim quando lhe pedia porque ia ter um teste, a sofrer quando as coisas corriam mal... Caramba, ainda hoje ela me faz o almocinho para eu trazer para o trabalho!!! Afinal a vida dela mudou para sempre naquele instante...

E para mim? Passados estes 29 anos o que mudou às 9h15 do dia 25 de Novembro? Ora vejamos o dia seguinte: continuei a levantar-me atrasada para o trabalho como se o meu horário de entrada fosse às 9h30 em vez de ser às 9h, peguei no carro que me trouxe até à empresa, estacionei-o no mesmo sítio proibido que estaciono sempre [só espero não ter uma prenda dos senhores agentes hoje], sentei-me à frente do mesmo computador rodeada das mesmas pessoas, se bem que hoje notei uma atençãozinha extra com a minha pessoa e os clássicos “Parabéns atrasados”, o almoço, o trabalho... hum... não mudou nada afinal...

Porque festejamos então todos os anos?! Afinal não muda nada!
Uma sms de uma amiga, que não pode estar presente, disse-me que a maturidade [o que quer que isso seja] nos ensina que o próximo ano é sempre melhor. Talvez seja o futuro que festejamos...
Talvez festejemos também o ano que passou, com todas as peripécias que ele trouxe... Algumas boas outras menos boas, algumas até más... E festejemos o que aprendemos com todas elas...
Ou talvez festejemos aquele minuto no xx/yy/zzzz [ou zzzz/yy/xx depende da convenção] em que mudamos a vida de alguém e todos os outros minutos que vieram de seguida em que continuamos sempre a mudar...

Em todo o caso festejamos e eu gosto de festejar... :)

Grata a todos os que festejaram comigo fosse qual fosse o motivo... :)

Até daqui a um ano... ;)
.

22.11.07

Portugal - Finlândia

ensaiado por Bri |

.
Antes de mais desenganem-se... Este não será um ensaio sobre o jogo, muito menos sobre futebol... Não me sinto capaz de tal proeza :) Deixo-vos apenas com algumas notas sobre a minha experiência de ontem à noite...

Foi o primeiro jogo da selecção que vi no grande e bonito Estádio do Dragão! Que é bonito, bonito e coberto... Agora de coberto a impermeável ainda vai alguma distância... Sim, porque quando a chuva caía mais forte era ver o pessoal a fugir das “confortáveis” cadeiras onde chegavam as pingas mais fortes que conseguiam infiltrar-se pela cobertura...

Bom, falhei no dress code e não levei um cachecol / chapéu / bandeira de Portugal... Confesso que senti falta de agitar no ar um cachecol em conjunto com o resto do estádio! Ah, o estádio estava completamente vestido de vermelho e verde, como seria de esperar. Bonito bonito! :)

Estávamos um pouco atrasados... O passo acelerado para tentar ver o aquecimento... Depois o passo acelerado para cantar o hino... 24, 25, 26 [...] 3, 4, 5, 6, 7... Porta 7 e aí já se ouvia o hino a terminar... Ooooohhhhh! Fica para a próxima!

Quando entramos estávamos rodeados de pessoas em pé, aos saltos, com o vermelho e verde nas mãos e ouvia-se Por-tu-gal, Por-tu-gal, Por-tu-gal... :) É brutal! :)

A acústica do estádio ajuda às emoções ao rubro... As palmas e os assobios parece que ficam confinados aquele espaço e os decibéis infiltram os nossos ouvidos! Uma emoção só!

Estávamos perto do relvado, num dos cantos do estádio.

A primeira parte do jogo decorreu tranquilamente... A baliza da Finlândia na primeira parte estava lá longe, do outro lado do relvado assim como o jogo. Não foram muitos os sustos cá do nosso lado...

O início da segunda parte foi bastante emocionante com a bola quase [maldito quase] a entrar várias vezes na baliza do adversário... Refira-se que o Cristiano Ronaldo sempre a correr na minha direcção, eu diria até para os meus braços também acrescentou alguma emoção ao momento... Lol!

O tal “quase” esteve sempre presente durante o jogo. Faltaram os golos. De qualquer das formas os golos não eram precisos para que o objectivo Português fosse atingido e assim foi. Qualificamo-nos com o empate...

E um dos vencedores do jogo foi, sem dúvida, o Público [com P grande de Portugal :)] que fez uma magnífica exibição sem nunca deixar de apoiar a equipa durante toda a partida!

Quase duas horas depois: The end! :)

Gostei... :)
.

11.11.07

Ministério para as Oportunidade Iguais

ensaiado por Bri |

.

Ministério para as Oportunidades Iguais é o nome de um dos Ministérios do Governo da Região da Toscana em Itália.
“A Orientação sexual não é uma escolha” é a frase que se lê nos cartazes publicitários, material da [corajosa] campanha promovida pelo governo desta região e por este ministério. Na pulseira do recém-nascido lê-se, no lugar de menino ou menina, “homosexual”.
Pretendem alertar para o facto de a homosexualidade não ser uma escolha combatendo, desta forma, a descriminação sexual contra homosexuais, lésbicas e transexuais.
Usam a imagem de um bebé já que os futuros pais compreendam e aceitem que o filho que esperam e que vão criar pode ser homosexual.
De referir que Agostino Fragai, responsável regional pela escolha da imagem, justificou que a campanha não pretende entrar na origem do homossexualismo, mas ressaltar que ele “não é um vício e, por isso, não deve ser condenado, marginalizado ou pior ainda, perseguido”.
"É importante que as mães pensem numa educação sem preconceitos, para evitar problemas afetivos ou eróticos futuros." afirmou Alessio de Giorgi, conselheiro da Região Toscana Contra a Discriminação Sexual.
A campanha foi polémica em Itália e mal recebida pela extrema direita italiana que apelida a campanha de facista.
A imagem foi utilizada também em um evento contra a discriminação sexual realizado em Florença, capital da região, nos dias 26 e 27, dentro de um festival de criatividade.
De referir que não é uma iniciativa isolada para a região da Toscana. Já em 2004 foi a primeira região na Itália a aprovar uma lei contra a discriminação por orientação sexual e identidade de gênero.
É de louvar que campanhas que lutam pela igualdade social e pela não-discriminação, seja ela social, étnica, religiosa, racial ou, conforme neste caso, de orientação sexual, sejam tomadas pelo governo de uma região.
Uma demonstração de coragem e de solidariedade.
Uma demonstração de que a formação e sensibilização do povo, que faz parte das obrigações dos governos, pode sair do papel para as ruas.
.

7.11.07

Fugiya & Miyagi

ensaiado por Bri |

.

Local: Cine Teatro António Lamoso em Santa Maria da Feira

Intervenientes: Steve, David e Matthew

Publico: Imagino que à volta de 50 pessoas, não mais...

Na memória:

Uma mesa de mistura, uma guitarra e um baixo...
Três rapazes algures entre o tímido e o simpático...
Uns sorrisos, uns obrigados e uns thank you’s entre as várias músicas...
O jogo de luzes a acompanhar a música, psicadélicas quando o som que as comandava assim o exigia...
O balanço dos corpos dos três intervenientes...
A música...
O verdadeiro encore depois das palmas e assobios do publico: “Desculpem mas não estávamos à espera disto! Vamos ter que tocar uma repetida!” Bruuuuutaaaaallll!! :)

Sociedade, com vocês o encore dos Fujiya & Miyagi... :)


[nota: ignorem os huuuuuuhhhuuuuussss que se ouvem, aparentemente encontravam-se no espaço três loucas que conseguiram escapar dos muros de 3 metros que as rodeiam diariamente.]

.

5.11.07

Bife ao estilo hamburguês!

ensaiado por Bri |

.

Resolvi acabar o ensaio sobre nada que comecei há uns dias...

Apelida-lo de nada quando ele até é sobre alguma coisa, deve-se simplesmente ao facto de ser é uma daquelas curiosidades que não interessam absolutamente nada ao leitor... Por outro lado, pode ser uma daquelas curiosidades que todo o mundo conhece, menos eu, claro está...
É provável que muitos destes casos surjam [se é que já não surgiram] ao longo da vida deste espaço, portanto não estranhem.


Há uns dias, andava eu no supermercado, ao longo da bancada de congelados, indecisa, de um lado para o outro, à procura de alguma coisa que se cozinhasse rapidinho rapidinho... E encontrei umas embalagens de bifes de Hamburgo de Peru! [bem maus, devo dizer] Os bifes de Hamburgo eram basicamente umas rodelas congeladas de carne picada [neste caso de Peru]! Ao que eu me perguntei: “Bifes de Hamburgo?! Huum! Olhando assim de repente pareciam-me mesmo hambúrgueres!! ;)”.

Bom, posto isto, cheguei a casa e depois de tratar dos preparativos iniciais, que neste caso são mesmo os preparativos totais, para o manjar dessa noite [bem mau por sinal, não sei se já referi], toca a ir para a Internet pesquisar o porquê desse nome tão pomposo.

E desde logo, claro está, me apareceu essa fantástica enciclopédia virtual que dá pelo nome de Wikipedia, na qual explicava direitinho direitinho o porquê de bife de Hamburgo naquela embalagem ou será melhor dizer o porquê de hambúrguer!

Pois é, parece que estas rodelas de carne que fazem a delícia das crianças em geral e dos gordinhos americanos em particular, já existem há bastantes séculos, sendo que inicialmente menos elaboradas...

No século XIII, os cavaleiros tártaros para moer a carne dura e crua levavam-na na sela dos cavalos. Depois de algum tempo a galopar a carne transformava-se numa pasta mais fácil para mastigar. Era o chamado "bife tártaro", que comiam cru.
Alguns séculos mais tarde, um dia qualquer em pleno século XVII, umas tribos da Ásia Ocidental, lembraram-se de juntar umas especiarias na carne bovina picada tentando evitar que ela se estragasse...
Uns marinheiros alemães que faziam a rota do báltico, foram apresentados a esta nova técnica e, apesar de a ideia de comer carne crua não lhes ter agradado muito, levaram a ideia para casa e passaram a cozinha-la depois de moída e temperada. A receita generalizou-se pela Alemanha.
Em pleno século XIX, navegadores que partiam de Hamburgo para as Américas levaram com eles a receita e com a receita o nome da cidade. Assim, as rodelas de carne picada ficaram conhecidas como bife ao estilo hamburguês [hamburg style steak].

Aos americanos coube apenas o papel de juntar o pão e assim surge a mundialmente conhecida comida rápida americana que vai-se a ver, teve origem na Ásia, passou pela Europa e acabou a encher os bolsos das grandes cadeias de fast food americanas.
.

.
First things first…

E o fim de semana começa na sexta à noite… Assim foi…

“Hello, empty room…” Foi uma das que se pode ouvir durante o concerto. Delicioso, pode dizer-se…
Ouvimos falar da “Rose”, who’s sweet… ah! And has beautifull eyes…
Tivemos dirty thoughs e dirty clothes com a space for rent…
Passamos pela Out the door, pela brutal cover da satisfaction e por outras, algumas por agora desconhecidas a adoçarem-nos os ouvidos para o novo album que estará para vir…
Com um som contagiante que nos arranca do bar até à pista, e nos devolve da pista até ao bar, e do bar até à pista, e… por aí fora… assim foi…
Uma presença em palco extremamente apelativa criando uma grande afinidade com o público, enfim umas simpatias que sabem estar em palco…
Nota: Muito Bom

Obviamente, todos estes vais e vens da pista ao bar e do bar à pista, não passam incólumes… Assim, o resto do fim de semana correu a ver os passos dos outros no ecrã…

E assim passei os olhos, no pequeno ecrã, pela barbarie que foi a inquisição espanhola [como terá sido a de qualquer outro lado] com Os Fantasmas de Goya de Milos Forman …
Além de ser mais um exemplo das muitas crueldades praticadas pelo Homem, o filme tem um mais pela muito boa representação de Natalie Portman que, quanto a mim, faz um papel soberbo.
Nota: Valeu-lhe um 7

Nos dias que correm podemos ver, desta feita no grande ecrã, O Escafandro e a Borboleta.
Depois de um acidente cardio vascular, Jean-Dominique Bauby, editor da revita Elle, fica completamente paralisado com o que a comunidade médica chama de Locked-in syndrome. A única parte do seu corpo que não havia paralisado, o seu olho esquerdo foi aquela com o qual teve que aprender a comunicar. O seu olho esquerdo e o seu cérebro, em plena velocidade de cruzeiro dentro de um corpo que não o acompanhava nem um metro...
Vencedor do prémio para melhor realizador em Cannes, o realizador Julian Schnabel, encontrou a realização e os planos ideais para ilustrar o que foi viver “dentro daquele escafandro”… Mostra também o tanto que vale a imaginação, a capacidade de sonhar, e o quanto ajudam a sobreviver… O quanto se aprende, o quanto nos vemos ao espelho, o quanto perdemos e o quanto se ganha quando às vezes parece tarde demais…
…E o quanto vale um objectivo…
Ah! A mim deu-me ainda a vontade de ler o Conde de Monte Cristo! :)
Nota: valeu-lhe um 8
.

24.10.07

E vai mais uma revolução sexual?!

ensaiado por Bri |

.
De manhã acompanha-me a TSF [ou será que é a Antena 1?] para o trabalho...
[mais ainda agora que algum malvado matrapilho me roubou a antena de rádio e a RUM se ouve tirirutiti jkshjfh piripipopo ajfkhdçfh sjhdjdhfjdh :(...

E, não fosse a minha consciência ter acordado, estaria algures pelo nosso Porto, alguém a chamar-me malvada matrapilha... Sim, porque o primeiro instinto foi olhar para os lados, huuuummmm, algum opel corsa com antena por ai?!

Ah ah! Brigite, dizia o anjinho, enquanto abanava a cabeça negativamente... O que é que tu vais fazer?! Isso não se faz, porque não compras antes uma antena?!?! Hum?! Hum?! Isso não se faz ao próximo... Ou ao carro do próximo, neste caso...

E uma acesa luta se travou entre o anjinho e o diabinho que reclamava da injustiça de o carro dele ter ficado sem antena!
Bom... o anjinho ganhou a batalha e ficou de comprar uma antena...

Cá eu continuo a ouvir a TSF de manhã para o trabalho ;) [não era a TSF, era a Antena 1] ].

Ah bom! Tinha ficado aqui não era?
Então esta manhã, numa rubrica em que o Júlio Machado Vaz [esqueçam a TSF, era na Antena 1] é um dos locutores, falava-se numa das últimas sociedades Matriarcais do mundo. É na China, chama-se o Mosuo e é um subgrupo da etnia chinesa Naxi...

Então vejamos... O Mosuo aparentemente, tem como um dos principais rendimentos o turismo, principalmente o turismo masculino! E porquê?! Este turismo é atraído principalmente pelo sistema sexual desta pequena sociedade em que, as mulheres não saem de casa das suas mães para se casarem e viverem felizes para sempre... Não, quanto muito esse papel caberia aos homens. Pois não é que as mulheres nunca chegam a sair de casa das suas mães e é aí que, depois de os escolherem, elas recebem os homens para a sua actividade sexual... A isto chamam "a visita", que acontece durante a noite e finda a qual, os homens tem que se retirar. E se repararem eu disse "os homens" e não "o homem". Sim porque, tradicionalmente no Mosuo, o conceito de monogamia e de fidelidade [pelo menos nos moldes a que nos acostumamos a interpreta-la] não existem para as mulheres desta sociedade. Ora claro, que o bom turista ocidental ao tomar conhecimento destes costumes deverá pensar imediatamente no paraíso à face da terra e desde logo encetam estratagemas inimagináveis, viagens de trabalho inadiáveis, compromissos infindáveis para uma viagenzinha sem a família directamente para o colo das damas do Mosuo! Bem segundo percebi, não voltam muito satisfeitos já que as mulheres raramente escolhem um homem do exterior para "a visita".
Ora e digo eu! Chiça! Que situação mais estranha! Não, não é a poligamia que é estranha, assumida será mais o termo correcto... Também não a ausência de compromisso...Nem "a visita", esta é uma questão de organização e de estabelecimento de horários... Agora, em casa da mãe?!?!?!?!? Como é que pode!

Uma outra curiosidade é que a paternidade também não é reconhecida no Mosuo. A palavra "pai" nem sequer existe nesta sociedade. Os filhos vivem com as mães, cabendo ao irmão da mãe a educação cívica e moral das crianças. O homem portanto educa os sobrinhos e os seus filhos são, por sua vez educados pelos irmãos da progenitora. Andam portanto uns a educar os filhos dos outros?!?!?! É isto?!

Acrescenta-se que os Mosuos possuem uma linguagem própria, ensinando nas escolas o chinês e a língua Mosuo. Seguem o budismo tibetano e, realmente, parece que vivem num paraíso à face da terra perdidos em terras até há pouco tempo pouco acessíveis, factor que terá sido preponderante para a preservação dos seus costumes. Por quanto tempo mais é a principal questão...

Bom, a curiosidade levou-me a procurar na net como era o sistema produtivo da sociedade, de que forma se organizava o trabalho mas, estranhamente, não encontrei nada sobre isso! Apenas sobre "a visita"! ;)

Benditos estes cantinhos escondidos na grande bola azul que fazem sentir que há sempre algo diferente e mais alguém para descobrir!
.

22.10.07

Leonardo Da Vinci - O Génio

ensaiado por Bri |


















.
Até 27 de Janeiro de 2008 podemos encontrar no Pavilhão Rosa Mota, no Porto, a exposição “Leonardo Da Vinci – O génio”.

Nasceu em 1452 numa pequena vila perto de Vinci, na Toscana, filho de uma relação ilegítima entre um notário e uma camponesa. Assim, não tendo sobrenome, passou a ser conhecido como Leonardo Da Vinci.

Foi pintor, escultor, arquitecto, engenheiro, cientista, anatomista e músico [Como é que é possível?!?!]. É verdadeiramente impressionante a colecção de trabalhos que vamos descobrindo ao longo da exposição.

Foi, com certeza, e antes de tudo o resto, um grande curioso e um grande observador. Tinha que ter entre os seus atributos uma grande capacidade de observação e de compreensão do mundo que o rodeia.

Lê-se algures na exposição que olhava o rio, quando pequeno, intrigado com o funcionamento do mesmo. Assistia a autopsias, já mais crescido, para melhor conhecer o corpo humano para os seus trabalhos de anatomia.

Era esquerdino, e foi-o durante toda a sua vida, apesar de todas as tentativas de dissuasão.

Para além disso, escrevia de trás para a frente, sendo a melhor forma de se ler os seus escritos, à frente de um espelho.

Marcava os seus quadros com a sua impressão digital e não com a sua assinatura...

A exposição está dividida em sectores desde máquinas civis, terrestres, máquinas de guerra, aquáticas e estudos sobre anatomia e arte.

Muitas das máquinas reproduzidas, são interactivas, pelo que é bastante interessante para os adultos e para as crianças também.

Vale a pena ver...

Informação adicional:

Bilhetes:
Normal: 6 Euros
Crianças (dos 3 aos 10 anos): 3 Euros
Jovens (dos 10 aos 16) e idosos (+ 60 anos): 4,5 Euros

Horário:
Segunda a Domingo das 10h00 às 22h00
.

19.10.07

Les chansons d'amour

ensaiado por Bri |

.










…A l'horizon de nos fenetres
plus rien ne bouge plus rien ne vit
comme paris semble disparaitre
dilue dans de l'eau de pluie
a l'horizon le ciel defait
l'ange ruisselant se dessine
on voudrait s'aimer a jamaiss
ous cette pluie que rien ne termine…

As canções são de amor...

São canções de amor, canções de ciúme, canções de perda, canções solidão e de dor, canções de amizade e de ajuda, canções de sedução... e canções de Paris que respira em todo o filme...

No correr do filme e da acção as personagens desembarcam num ou noutro destes sentimentos e aí cantam-nos os seus corações e as suas cabeças.

O filme começa com um relacionamento a três, um rapaz e duas raparigas, desde logo mostrando que aquilo que, aparentemente, foi aceite pelos três [melhor aceite por uns que por outros, pareceu-me :)], caminha a pouco e pouco de encontro aos ciúmes, à insegurança, ao desejo de ser o(a) primeiro(a)...

O amor da família não é passado ao lado... Os almoços, as brincadeiras, as confissões, a partilha, o apoio que se encontra neste lado... E os laços de afinidade que se criam...

Depois a fatalidade... Como geri-la? O que vem depois e o que se faz com a dor ou, será melhor dizer, o que cada um faz com a sua dor!

Gostei [apesar do final que me pareceu bastante inadequado]. Mesmo as alturas de dor e perda eram acompanhadas de uma pequena ajuda, de um pequeno sorriso de alguém, de uma mão que, de alguma forma, vinha ajudar a suportar melhor... Tal como a vida devia ser e, felizmente, tantas vezes o é!

E o anjo continua de asas abertas na Praça da Bastilha...

.

18.10.07

Porquê...

ensaiado por Bri |

.
Há já algum tempo, tinha um espaço onde publicava algumas curiosidades da minha cabeça e do mundo!

Este tempo foi há já tanto tempo que há já outro tempo [não tão longo como o primeiro tempo] eu pensava em encontrar um outro espaço onde me sentisse confortável em largar algumas palavras...

E foi assim, no meio do tempo, que vos trouxe até aqui, exactamente aqui, neste exacto momento... do tempo... :)

O título, bom o título não é, como alguns de vocês já se devem ter apercebido, não é obra do acaso...
Parte dele ocorreu-me por causa da minha leitura do momento. Pareceu-me uma boa palavra para o título... Ensaio...
Mas ensaio sobre quê?!
Sobre mim?! [calma, calma, não vos ia fazer passar por isso, pelo menos não recorrentemente :) ] Sobre vocês?! [sim, também hão-de cá vir parar] Sobre sons?! Sobre telas, sobre o mundo, sobre a praia, sobre uma pedra, sobre os cheiros, sobre uma mão, sobre um rosto?! Sobre tudo e sobre nada... Sim... É isso...

Ensaio sobre tudo e nada

É isso

Um até breve
.

18.10.07

Ensaio n.º 1 - O nada

ensaiado por Bri |

.











.